Escultura doada pela produtora de aço marca estreia do novo espaço cultural no Circuito Liberdade
O Palácio da Liberdade terá mais um atrativo cultural e artístico. Nesta quarta-feira (17), a partir das 16h30, será inaugurado o Jardim das Esculturas, novo projeto realizado pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e da Fundação Clóvis Salgado (FCS). A abertura dessa iniciativa acontecerá com a chegada da “Escultura Arte em Aço”, criada pelo artista plástico Giovani Fantauzzi e doada pela Gerdau ao espaço do Circuito Liberdade.
O Jardim das Esculturas visa ampliar o acesso às mais variadas formas do fazer artístico, com a exibição de diversas esculturas, a partir de curadoria da FCS. O secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, ressalta que essa ação consolida o Palácio da Liberdade como centro cultural. “O Jardim das Esculturas vai ampliar a programação cultural do estado, dar visibilidade ao trabalho dos artistas, e reforçar o caráter cultural e artístico do Palácio da Liberdade, estimulando a maior presença do público. Dessa forma, nós impulsionamos o aproveitamento desse bem histórico tanto no contexto das atividades culturais quanto turísticas”, avalia Oliveira.
Para Sérgio Rodrigo Reis, presidente da Fundação Clóvis Salgado (FCS), instituição gestora do Palácio da Liberdade, essa proposta celebra a rica produção artística de Minas Gerais.
“O Jardim das Esculturas garante o acesso do público ao Palácio da Liberdade de uma forma ainda mais ampla. Ao longo do ano, serão instaladas diversas obras nesse espaço que é tão simbólico para a cidade, com a proposta de evidenciar a produção de esculturas tanto na cidade quanto em todo o estado. Essa é uma grande oportunidade para novos artistas e escultores consagrados, que contam, agora, com mais um espaço expositivo – e ao ar livre – em Belo Horizonte”, destaca Sérgio Rodrigo Reis.
Segundo o diretor executivo da Gerdau, Wendel Gomes, Minas Gerais tem grande protagonismo na história de 122 anos da Gerdau, por isso a iniciativa de homenagear o estado. “Esse edital nasceu como intuito de reconhecer e incentivar manifestações artísticas que reforcem a riqueza cultural mineira. Queremos presentear as cidades com essas esculturas, impactar as pessoas e ampliar o contato da população com a história mineira, por meio da arte”, diz.
A escultura
Produzida com aço Gerdau, a obra “Escultura Arte em Aço” possui cinco metros de altura e é concebida a partir de tubos de aço que brotam do chão, desenhando o espaço, geometricamente, e formando um conjunto de simetria perfeita. Para elaborar a proposta, Fantauzzi, que teve como mestres nomes como Alberto da Veiga Guignard, Franz Weissmann, José Amâncio de Carvalho e Amilcar de Castro, foi buscar inspiração em um elemento tradicional de Minas Gerais: o aço.
“A obra é um marco importante para a arte em Belo Horizonte e é mais um exemplo do compromisso da Gerdau com a cultura e com a valorização dos artistas brasileiros. O público terá a chance de conhecer essa obra que nasce para ser tocada, sentida e experimentada”, destaca Giovani Fantauzzi.
Além de sua beleza estética e cultural, a escultura de Giovani Fantauzzi possui grande valor educativo. Com acesso gratuito a toda a população da cidade e aos milhares de turistas que passam anualmente pelo Circuito Liberdade – em especial pelo Palácio da Liberdade –, a obra contará com um programa educativo voltado para crianças e jovens da rede pública de ensino, que serão convidados a visitar e interagir com a escultura e com o escultor Giovani Fantauzzi. Ela ainda traz placa de identificação com tradução em braile, e tem previstas atividades com o público com a presença de tradutor em libras, o que tornará o trabalho acessível para as pessoas com deficiência.
A obra foi selecionada no edital Arte em Aço, lançado pela Gerdau em comemoração aos 120 anos da empresa, a partir de recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (Leic).
Edital
O edital Arte em Aço possibilitou a seleção de nove propostas culturais, na área de artes visuais, com valor de até R$ 265 mil, em recursos próprios da Gerdau e incentivados por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais (Leic-MG). Os artistas participantes contaram com consultoria gratuita da Através – Gestão Cultural, empresa especializada nesse mercado.
Os projetos foram avaliados por uma Comissão Curatorial, formada por curadores, especialistas e pessoas com reconhecida expertise na temática do edital, bem como representantes da Gerdau e das localidades contempladas. As peças serão instaladas em espaços públicos dos municípios onde estão as principais operações da Gerdau em Minas Gerais, além de Belo Horizonte: Barão de Cocais, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Divinópolis, Itabirito, Ouro Branco, Ouro Preto e Três Marias.
Giovani Fantauzzi
Há mais de 30 anos, Giovani Fantauzzi se dedica a criar obras em versões únicas, desde que entrou na Escola Guignard, tendo como mestres o próprio Alberto da Veiga Guignard, Franz Weissmann, José Amâncio de Carvalho e Amilcar de Castro.
Uma característica marcante do escultor é trabalhar exclusivamente com aço oxidado, priorizando esculturas de médio e grande porte. Outro traço de sua identidade artística é a interatividade. Sua obra é para ser tocada, sentida. A intimidade do artista com o material pode ser conferida em centenas de obras, expostas em diversas galerias de arte e espaços públicos do país e do exterior.
O escopo do seu cotidiano artístico compreende desde a concepção de uma ideia, passando pelo desenho do projeto, cálculo para produção, até a execução e montagem. Além da habilidade com todas as etapas para a produção de uma obra, Fantauzzi também traz o dom de ser professor, sendo um dos mestres na Escola Guignard. Essa experiência confere ao artista a facilidade em atuar junto às escolas e à comunidade em geral, seja para fazer palestras acerca de seu trabalho, seja para participar de oficinas com jovens ou divulgação espontânea a outros públicos.