A 8ª edição do desafio procura negócios inovadores para solucionar impactos gerados em toda a cadeia da construção civil nos pilares ESG. As inscrições podem ser feitas até dia 22 de julho
O MITHUB, hub de inovação do setor de construtechs e proptechs no Brasil, está com inscrições abertas para a 8ª edição do MITHUB Challenge, desta vez com o foco em ESG (sigla para Environmental, Social and Governance, ou governança ambiental, social e corporativa) na cadeia da construção — desde a produção e uso dos materiais até os trabalhos nas edificações.
Com parceiros como Cyrela, Dexco, Gerdau, Votorantim, Lello e Zap+/OLX, o objetivo é atrair as melhores startups que empreguem inovação e tecnologia para solucionar impactos do setor e conectá-las a grandes players do mercado, facilitando o desenvolvimento de todo o ecossistema.
Até o dia 22 de julho startups e empresas interessadas poderão inscrever projetos que promovam soluções de maior eficiência energética nas edificações, construções com menor impacto ambiental, iniciativas que estimulem a diversidade no setor, inteligência na coleta de resíduos sólidos, redução de impactos na segurança do canteiro e facilitação de crédito imobiliário de interesse social. Além de conexões com grandes players do setor, os vencedores ganharão acesso ao MITHUB.
ESG na construção civil
O ecossistema de startups do setor vem crescendo ano a ano, atingindo mais de 950 startups, de acordo com o recém lançado Mapa das Construtechs e Proptechs, realizado pela venture capital Terracotta Ventures, o que demonstra amadurecimento da área e boas oportunidades para o avanço da agenda ESG no setor da construção. Segundo Marcus Anselmo, managing partner da Terracotta e embaixador do MITHUB, há uma predisposição de que o ESG se torne um padrão nas organizações e não mais um diferencial. “A complexidade da cadeia de serviços e materiais vai obrigar as empresas a se responsabilizarem sobre suas práticas e também nas ações de contratantes e fornecedores. Será exigido que as áreas de compras e suprimentos monitorem outros fatores além do preço e prazo e aumentem o custo de contratação de insumos. Isso abre espaço para startups atuarem em cadeias digitais de suprimentos que reduzam o gasto transacional de validação de fornecedores com validade socioambiental. Veremos como essa pressão evoluirá nos próximos anos”, contextualiza.
Além da implicação na construção civil, o mercado de incorporadoras, imobiliárias, corretores e outros prestadores de serviço também serão impactados. “Plataformas digitais com intermediação serão questionadas sobre sua responsabilidade social, e terão o desafio de demonstrar como conseguem equilibrar relações sustentáveis com resultado de crescimento”, finaliza.
Processo de seleção
As startups inscritas passarão por um processo de avaliação com o crivo de especialistas do setor. Serão selecionadas as 20 melhores soluções para participarem de rodadas de matchmaking com os mantenedores (Cyrela, Dexco, Gerdau, Votorantim, JuntosSomos +, Grupo Lírios, Tenda, Nexpe, Lello, Portal de Documentos, Zap+/OLX, Sinduscon RJ, Ademi RJ).
As cinco melhores colocadas participarão do pitch day, e poderão apresentar suas soluções aos players do mercado. Ao fim do challenge, a primeira colocada ganhará um ano de acesso ao MITHUB; o segundo e terceiro colocados ganharão seis meses; e o quarto e quinto colocados três meses. O objetivo é adentrar à comunidade de startups associadas para ajudar no crescimento do negócio com mentorias e conteúdos.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 22 de julho no site: https://www.mithub.com.br/challenge-esg. O resultado final será divulgado na última semana de setembro.
Relevância do tema
O movimento ESG vem ganhando destaque no ambiente corporativo nos últimos anos. A Global Sustainable Investment Alliance estima que os ativos sob gestão por fundos com estratégias sustentáveis alcançaram um valor de US$35,3 trilhões em 2020. No Brasil, a agenda legislativa também avançou com a temática ao aprovar o Marco do Saneamento Básico no mesmo ano.
A cadeia da construção tem um impacto significativo nos pilares ESG. O setor foi responsável por 47% das emissões de carbono no planeta em 2021, além de consumir entre 40% e 75% dos recursos naturais. As empresas do ramo ainda enfrentam desafios como a falta de diversidade, além da responsabilidade pela segurança do trabalho (a construção é responsável por quase 9% dos acidentes de trabalho registrados no país). “Começa uma cobrança pública sobre o impacto socioambiental nas empresas. Em lugares como EUA e Europa o assunto está mais avançado e já se desdobra dentro das organizações, como o efeito nos planos de compensação de executivos e a criação de cargos como o de Chief Sustainability Officer, que atua como uma ponte entre Relações com Investidores (RI) e outras estruturas na empresa para a efetivação de práticas ESG”, ilustra Marcus.
O crescente interesse pela sigla ESG também pode ser identificado pelas pesquisas online. De acordo com a Similarweb, multinacional de inteligência de mercado, o volume de buscas por ESG e os 100 principais termos relacionados geraram uma média de 368 mil buscas online mensais no último ano, com pico em setembro de 2021, quando esse número saltou para 827 mil. O destaque é para o segmento de investimentos, com 30% do tráfego relacionado ao termo.
O MITHUB busca soluções que atendam às seguintes áreas:
Cronograma do MITHUB Challenge
Divulgação dos vencedores: final de setembro