MITHUB Challenge busca startups que desenvolvam soluções voltadas a ESG na construção civil

19/07/2022

A 8ª edição do desafio procura negócios inovadores para solucionar impactos gerados em toda a cadeia da construção civil nos pilares ESG. As inscrições podem ser feitas até dia 22 de julho

Foto: G2Base | Créditos: Divulgação Gerdau

O MITHUB, hub de inovação do setor de construtechs e proptechs no Brasil, está com inscrições abertas para a 8ª edição do MITHUB Challenge, desta vez com o foco em  ESG (sigla para Environmental, Social and Governance, ou governança ambiental, social e corporativa) na cadeia da construção — desde a produção e uso dos materiais até os trabalhos nas edificações.

Com parceiros como Cyrela, Dexco, Gerdau, Votorantim, Lello e Zap+/OLX, o objetivo é atrair as melhores startups que empreguem inovação e tecnologia para solucionar impactos do setor e conectá-las a grandes players do mercado, facilitando o desenvolvimento de todo o ecossistema.

Até o dia 22 de julho startups e empresas interessadas poderão inscrever projetos que promovam soluções de maior eficiência energética nas edificações, construções com menor impacto ambiental, iniciativas que estimulem a diversidade no setor,  inteligência na coleta de resíduos sólidos, redução de impactos na segurança do canteiro e facilitação de crédito imobiliário de interesse social. Além de conexões com grandes players do setor, os vencedores ganharão acesso ao MITHUB.

ESG na construção civil

O ecossistema de startups do setor vem crescendo ano a ano, atingindo mais de 950 startups, de acordo com o recém lançado Mapa das Construtechs e Proptechs,  realizado pela venture capital Terracotta Ventures, o que demonstra amadurecimento da área e boas oportunidades para o avanço da agenda ESG no setor da construção.  Segundo Marcus Anselmo, managing partner da Terracotta e embaixador do MITHUB, há uma predisposição de que o ESG se torne um padrão nas organizações e não mais um diferencial. “A complexidade da cadeia de serviços e materiais vai obrigar as empresas a se responsabilizarem sobre suas práticas e também nas ações de contratantes e fornecedores. Será exigido que as áreas de compras e suprimentos monitorem outros fatores além do preço e prazo e aumentem o custo de contratação de insumos. Isso abre espaço para startups atuarem em cadeias digitais de suprimentos que reduzam o gasto transacional de validação de fornecedores com validade socioambiental. Veremos como essa pressão evoluirá nos próximos anos”, contextualiza.

Além da implicação na construção civil,  o mercado de incorporadoras, imobiliárias, corretores e outros prestadores de serviço  também serão impactados. “Plataformas digitais com intermediação serão questionadas sobre sua responsabilidade social, e terão o desafio de demonstrar como conseguem equilibrar relações sustentáveis com resultado de crescimento”, finaliza.

Processo de seleção

As startups inscritas passarão por um processo de avaliação com o crivo de especialistas do setor. Serão selecionadas as 20 melhores soluções para participarem de rodadas de matchmaking com os mantenedores (Cyrela, Dexco, Gerdau, Votorantim, JuntosSomos +, Grupo Lírios, Tenda, Nexpe, Lello, Portal de Documentos, Zap+/OLX, Sinduscon RJ, Ademi RJ).

As cinco melhores colocadas participarão do pitch day,  e poderão apresentar suas soluções aos players do mercado. Ao fim do challenge, a primeira colocada ganhará um ano de acesso ao MITHUB; o segundo e terceiro colocados ganharão seis meses; e o quarto e quinto colocados três meses. O objetivo é adentrar à comunidade de startups associadas para ajudar no crescimento do negócio com mentorias e conteúdos.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 22 de julho no site: https://www.mithub.com.br/challenge-esg. O resultado final será divulgado na última semana  de setembro.

Relevância do tema

O movimento ESG vem ganhando destaque no ambiente corporativo nos últimos anos. A Global Sustainable Investment Alliance estima que os ativos sob gestão por fundos com estratégias sustentáveis alcançaram um valor de US$35,3 trilhões em 2020.  No Brasil, a  agenda legislativa também avançou com a temática ao aprovar o Marco do Saneamento Básico no mesmo ano.

A cadeia da construção tem um impacto significativo nos pilares ESG. O setor foi responsável por 47% das emissões de carbono no planeta em 2021, além de consumir entre 40% e 75% dos  recursos naturais. As empresas do ramo ainda enfrentam desafios como a falta de diversidade, além da responsabilidade pela segurança do trabalho (a construção é responsável por quase 9% dos acidentes de trabalho registrados no país). “Começa uma cobrança pública sobre o impacto socioambiental nas empresas. Em lugares como EUA e Europa o assunto está mais avançado e já se desdobra dentro das organizações, como o efeito nos planos de compensação de executivos e a criação de cargos como o de Chief Sustainability Officer, que atua como uma ponte entre Relações com Investidores (RI) e outras estruturas na empresa para a efetivação de práticas ESG”,  ilustra Marcus.

O crescente interesse pela sigla ESG também pode ser identificado pelas pesquisas online. De acordo com a Similarweb, multinacional de inteligência de mercado, o volume de buscas por ESG e os 100 principais termos relacionados geraram uma média de 368 mil buscas online mensais no último ano, com pico em setembro de 2021, quando esse número saltou para  827 mil. O destaque é para o segmento de investimentos, com 30% do tráfego relacionado ao termo.

O MITHUB  busca soluções que atendam às seguintes áreas:

  • Eficiência Energética – Matriz de energia limpa, geração distribuída, soluções de IoT de monitoramento energético, Smart Buildings, Smart Homes, plataforma de projetos Eficiência Energética.
  • Industrialização da construção – Construção modular, softwares que garantam eficiência no canteiro, estoque inteligente.
  • Materiais Verdes – Materiais com menor pegada de carbono, adições aos materiais tradicionais, descritivos em projeto de materiais, marketplace de produtos locais.
  • Gestão de Resíduos – Inteligência na coleta, marketplace de reciclagem, reaproveitamento, educação ambiental, fazendas urbanas, software de gerenciamento de resíduos, logística reversa, soluções para embalagens “verdes”.
  • Qualificação – Treinamento com RV e RA, treinamentos e educação de cunho social. Plataforma de contratação, capacitação e conscientização.
  • Segurança de trabalho – Monitoramento de MDO, mecanização do canteiro de obras .
  • Cadeia de valor socialmente responsável – Crédito Social, educação de cunho ambiental e social, moradia acessível e desenvolvimento de comunidades locais.

Cronograma do MITHUB Challenge

  • Inscrições: até 22 de julho
  • Avaliação inicial: 22  de julho a 05 de agosto
  • Encontros de Matchmaking: 08 de agosto  a 19 de agosto
  • Publicação do Top 5: 23 de agosto

Divulgação dos vencedores: final de setembro